Cândido Torquato Portinari, um dos maiores artistas brasileiros, nasceu em 30 de dezembro de 1903. A família vivia na Fazenda Santa Rosa, no município de Brodósqui, no interior paulista. Filho de imigrantes italianos, Portinari teve uma infância pobre. A vocação artística despontou aos nove anos de idade. Portinari teve uma trajetória intensa de trabalho, até o fim da vida e foi reconhecido, no Brasil e no exterior, como um dos principais ícones da pintura modernista.
A produção do artista revela suas lembranças da infância e das paisagens de Brodósqui. Na fase mais madura de sua carreira artística, a temática social ocupou um espaço maior no conjunto de obras que retratavam as condições de vida dos trabalhadores brasileiros e a cultura popular.
Cândido Portinari começou a pintar em meados de 1910. Na época, ele auxiliou um grupo de artistas italianos na reforma da Igreja Matriz de Brodósqui. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1918. Portinari estudou no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola Nacional de Belas Artes. Com Lucílio de Albuquerque, Portinari aprendeu desenho figurativo. Nas aulas de pintura, aprendeu as técnicas com artistas importantes daquela época, como Rodolfo Amoedo.
O primeiro marco da carreira artística de Portinari ocorreu, em 1928, quando ele apresentou 12 obras à 35ª Exposição Geral de Belas Artes. Com a obra Retrato de Olegário Mariano, ele foi o grande vencedor do evento e ganhou uma viagem à Europa como prêmio. Em 1929, viajou para a Europa, onde passou dois anos percorrendo diversos países. Neste período, Portinari conheceu as obras de vários mestres, entre os quais Pablo Picasso.
Em 1930, Portinari participou da Exposição de Arte Brasileira, realizada no Foyer Brésilien, em Paris, com um retrato e uma natureza morta. Na ocasião, ele conheceu a uruguaia Maria Victoria Martinelli, com quem viveu até o fim da vida. O casal voltou ao Brasil, em 1931. A partir daí, Portinari iniciou uma fase intensa de trabalho, principalmente com a pintura de retratos para ganhar a vida. Um ano depois, ele apresentou mais de 60 obras em exposição individual, no Palace Hotel, realizada pela Associação dos Artistas Brasileiros. As obras retratavam cenas de infância, circo e cirandas.
“Os Despejados” foi a primeira obra de Portinari com temática social. Outra de destaque é a tela Mestiço, pintada em 1934, e que faz parte do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Com a obra “Café”, Portinari foi o primeiro pintor modernista brasileiro a receber um prêmio internacional. O artista também fez painéis que formam o Monumento Rodoviário da Estrada Rio-São Paulo.
Em 1939, ano de nascimento de seu filho, João Cândido Portinari, o artista fez os painéis Jangadas do Nordeste, Cena Gaúcha e Noite de São João para o Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial de Nova Iorque, cujo projeto arquitetônico é de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Naquele ano, foi inaugurada a maior exposição de Portinari, com 269 obras expostas no Museu Nacional de Belas Artes. Manuel Bandeira e Mário de Andrade escreveram o prefácio do catálogo.
Depois da Exposição Portinari do Brasil, com 180 obras do artista, no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, a Universidade de Chicago editou um livro contando a história da vida do artista. Portinari também pintou, em 1941, painéis para a biblioteca do congresso dos Estados Unidos, nos quais retrata fases do Brasil colonial.
Portinari também foi um ilustrador. Algumas de suas ilustrações mais famosas fazem parte de obras de Machado de Assis, como o célebre livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ele escreveu um livro de poemas, em 1964, com introdução foi escrita por Antônio Callado e Manuel Bandeira. Ele ainda fez 22 desenhos para ilustrar poemas de Carlos Drummond de Andrade.
Além das artes, Portinari também fez parte do cenário político de sua época. Pelo Partido Comunista do Brasil, ele disputou duas eleições – deputado federal e senador. Em suas campanhas, defendia uma Constituinte soberana, com apoio popular à cultura, sindicalização dos camponeses, contra a carestia, inflação, latifúndio e integralismo. Não conseguiu se eleger nas duas tentativas. Em 1947, no governo militar do presidente Eurico Dutra, quando houve perseguição aos comunistas, Portinari parte para o Uruguai em exílio voluntário.
A ação de metais pesados contidos nas tintas que usava levou este grande artista brasileiro à morte, em 6 de fevereiro de 1962. Em toda a carreira, Cândido Portinari pintou cerca de cinco mil obras. Na última década de vida, Portinari concluiu os 10 painéis da obra Guerra e Paz, que fazem parte do acervo da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em homenagem ao pai, João Cândido Portinari idealizou o Projeto Portinari, que reúne um grande acervo sobre a trajetória de Portinari, dedicada à cultura e à arte. O material está exposto na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
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This post was last modified on 7 de janeiro de 2019 17:51
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