Família Caprifoliaceae
Sejam plantas arbustivas ou trepadeiras, constituídas de folhas simples ou compostas, com flores hermafroditas ou não, apresentadas em cimeiras ou corimbo, essas são as características das plantas pertencentes à família Caprifoliaceae. Na maioria das vezes encontradas em médio porte, este grupo abrange aproximadamente 17 gêneros e em torno de 445 espécies.
Quanto a sua distribuição pelo mundo, podemos afirmar que não existem muitas espécies espalhadas por aí. Esta família é comumente localizada, em grande parte, nas regiões asiáticas e norte-americanas.
No que se refere à posição e à classificação da família Caprifoliaceae na árvore filogenética, também chamada de árvore da vida, são um pouco confusas. De acordo com o sistema de Cronquist, datado de 1988, a família Caprifoliaceae e outros grupos fazem parte da Ordem Dipsacales. No entanto, para alguns taxonomistas esta afirmação é muito questionada e, por vezes, não é nem aceita.
Certos autores classificam os gêneros Viburnum e Sambucus de maneira separada dos demais colocando-os, dessa forma, como pertencentes à família Adoxaceae que, por sua vez, também estão dentro da ordem Dipsacales. De tão desorganizadas as informações sobre esse assunto outros estudiosos até inventaram uma nova família, a Sambucaceae, para que fosse possível a inclusão do gênero Sambucus.
Todavia, depois de algumas análises e muitos estudos bem aprofundados concluiu-se que os gêneros Viburnum e Sambucus agregavam o mesmo clado que o grupo Adoxa. Esse processo se deu baseado em exames e julgamentos morfológicos.
Para a economia esta família é muito importante. O seu principal uso no ramo comercial diz respeito à produção e ao cultivo de determinados tipos ornamentais, como a Abelia e o Viburnum. Mas não para por aí. Ainda é possível utilizar certas espécies deste grupo na medicina popular e na indústria da perfumaria. Algumas partes específicas, como as estruturas foliares, são bastante aplicadas por índios sul-americanos como antitérmicas e diuréticas, além dos frutos que são bases de alimentos como as tortas e as geleias ou como essência de vinhos e licores.
A família Caprifoliaceae no Brasil
No continente sul-americano, mais especificamente no Brasil, existem cerca de quatro gêneros presentes. Confira quais e mais alguns detalhes a respeito de cada um.
• Viburnum: construídos por pequenas árvores ou arbustos, podemos encontrar em torno de 60 tipos. Algumas espécies são comuns na utilização de paisagismo ou plantas ornamentais em função da beleza das suas bagas e das suas flores;
• Lonicera: também conhecida como madressilvas, esse grupo possui aproximadamente 15 representantes no país. Apresentada na forma de parreiras sarmentosas ou arbustos arqueados são caracterizados por terem flores no formato de campainha e pela fragrância doce;
• Symphoricarpos: tendo apenas sete espécies por aqui, essa planta cresce na forma de arbustos com folhas decíduas. No período do inverno, algumas são consideradas como fonte importante na alimentação de animais como tetrazes, codornas e faisões. Já para os humanos, podem ser tóxicas;
• Sambucus: denominadas popularmente de sabugueiro, esse gênero possui somente 10 espécies. Além de crescerem como árvores e arbustos, determinadas espécies são bastante utilizadas na confecção de doces e bebidas, na ornamentação e, em alguns casos, como plantas medicinais.
Os principais atributos das espécies pertencentes
Os tipos encontrados na família Caprifoliaceae são apresentados de diversas formas. Porém, os mais comuns são como cipós ou liana, como arbustos ou como árvores de pequeno porte. Na grande maioria das vezes, são constituídos por substâncias químicas tais como as células secretoras, os iridóides e os glicosídeos fenólicos.
No que se refere às partes individuais de cada espécie, podemos descrever assim:
• Epiderme: em alguns casos, é possível encontrar especificamente nessa parte tricomas glandulares, que podem ser unicelulares ou multicelulares;
• Estípulas: quase que na sua totalidade, as estípulas não estão presentes nas espécies. No entanto, dependendo do caso, elas se manifestam na forma de uma estrutura bastante pequena ou como sendo somente um vestígio;
• Folhas: caracterizadas por não serem inteiras (quase sempre), serem frequentemente compostas (pinadas), simples ou opostas além de terem, em certas ocasiões, o limbo serreado;
• Inflorescências: possuem o ovário ínfero, ou seja, com flores epíginas, bissexuais, exuberantes, com harmonia actinomorfa ou zigomorfa e com cinco pétalas ligadas entre si;
• Sépalas: assim como as pétalas, as sépalas também se expõem em uma quantidade de cinco e são unidas da mesma maneira;
• Verticilos internos: se manifestam na parte de dentro da flor e formam uma espécie de corola tubulosa, que é muito parecida com um funil e uma campânula;
• Néctar: especificamente nesse tipo de planta, é ministrado por meio dos tricomas glandulares, que se encontram justamente embaixo da corola tubulosa;
• Estames: normalmente se apresentam em números de uma a cinco e os filetes, por sua vez, estarão acoplados à corola;
• Ovário: é caracterizado como ínfero, podendo ter 2-3 ou 5-8 carpelos alongados e conectados entre si. Dependendo da situação, é constituído por apenas um lóculo fértil capaz de compreender somente um óvulo ou muitos deles;
• Frutos: se manifestam como baga, aquênio, cápsula ou drupa.