Faringe
Cada órgão que forma o nosso corpo tem uma função específica para que possamos viver bem e com saúde. Aquela velha analogia que compara o organismo humano a uma máquina faz todo sentido e cada peça que forma essa máquina deve estar em perfeito funcionamento. Hoje, nós vamos conhecer um pouco mais sobre uma dessas peças, que é a faringe: sua estrutura, o que ela faz e quais são as doenças associadas a ela.
Estrutura e funções da faringe
Ela consiste em um órgão tubular que tem em média 15 centímetros de comprimento (pode ter um pouco de variação nesse número dependendo de cada pessoa), em formato de funil, já que tem 3 centímetros de diâmetro na porção superior e um pouco mais de um na inferior. Ela fica localizada atrás das cavidades nasais e à frente das vértebras cervicais.
Além de ter ligação com as fossas nasais, comunica-se também com o esôfago, com a laringe e com os ouvidos.
Devido a todas essas ligações, é possível dividir a faringe por regiões, sendo assim:
• Faringe inferior: também chamada de laringofaringe, ela se comunica com o esôfago e com a laringe;
• Faringe média: também chamada de orofaringe, comunica-se com a boca;
• Faringe superior: é a nasofaringe, que se comunica com a orofaringe, com as fossas nasais e tubas auditivas.
É nessa região que ficam localizadas as amígdalas. A faringe superior se estende da base do crânio até o palato mole.
Externamente, a faringe é formada por um músculo circular e uma camada fina de revestimento. Já em sua parte interna ficam os músculos esqueléticos e uma túnica mucosa que a reveste por dentro, mantendo-a sempre úmida. E é nessa membrana que ficam localizados os folículos linfoides, que são células pertencentes ao sistema imunológico que protegem o órgão de micro-organismos, para prevenir infecções. As amígdalas, por exemplo, são exemplos de folículos linfoides.
Esse é um órgão considerado muito versátil, porque atua em dois sistemas simultaneamente: no sistema digestivo e respiratório. Isso acontece porque é a laringe que possibilita tanto a passagem de ar (por ser ligada às fossas nasais) quanto de alimentos (por ser ligada à boca e ao esôfago). Quando inspiramos, o ar é absorvido pelas cavidades nasais ou pela boca, passa pela faringe para ser encaminhado para a traqueia, seguindo pelos brônquios e bronquíolos até chegar aos pulmões. Já quando ingerimos um alimento, ele passa da boca para a faringe média, em seguida para o esôfago até chegar ao estômago, onde será digerido.
A estrutura que permite essa dupla função é a epiglote: localizada na porção superior da laringe, ela controla a entrada do ar na laringe e dos alimentos no esôfago. Quando estamos no processo de deglutição, ou seja, engolindo o que comemos, a epiglote se fecha para que as partículas não vão para a laringe, evitando um possível afogamento.
Doenças associadas à faringe
A doença mais comum a afetar esse órgão é a famosa faringite, uma infecção da mucosa que se caracteriza por dor ao engolir, febre, dores musculares, falta de disposição, mal estar e por deixar toda a região da garganta avermelhada, às vezes até com linfonodos. A faringite pode ser provocada por vírus ou por bactérias e costuma ser tratada com anti-inflamatórios e antibióticos quando tem causa bacteriana.
A amigdalite aguda é um problema que se manifesta com mais frequência no outono e inverno e nas crianças, embora possa aparecer em pessoas de qualquer idade. Além dos sintomas da faringite, essa doença também pode provocar dor de ouvido, cefaleia, dores no pescoço e abdômen e até vômito. É uma inflamação diretamente nas amígdalas, possivelmente causada por vírus ou bactérias, tratada com analgésicos, anti-inflamatórios e/ou antibióticos. Se for persistente, o médico pode recomendar que as amígdalas sejam removidas.
O Abscesso Periamigdaliano é uma possível complicação da amigdalite, que acontece quando se forma uma camada de pus entre as amígdalas e a parede da faringe. Os sintomas são basicamente os mesmos do problema citado acima, com a diferença de que se intensificam bem mais. Em alguns casos, além de ter a voz extremamente comprometida, a pessoa fica totalmente sem conseguir engolir e nem mesmo abrir a boca. Para evitar esse quadro, é importante procurar um médico já nos primeiros sinais de amigdalite e fazer o tratamento correto desde o início.
Os casos em que mais se recomenda a retirada das amígdalas são os seguintes:
• Suspeita de neoplasia (câncer);
• Infecções cada vez mais intensas e frequentes;
• Abcesso Periamigdaliano;
• Aumento de tamanho das amígdalas, ao ponto de prejudicar a respiração do indivíduo.
É importante lembrar que quando o médico indica esse procedimento cirúrgico, o paciente não vai ter nenhuma consequência negativa para a sua saúde e qualidade de vida posteriormente. Aliás, especialmente na fase adulta, as amígdalas já não servem para praticamente nada, podendo ser retiradas quando necessário para evitar qualquer complicação.