Matas ciliares
Podemos chamar de matas ciliares, as vegetações ripárias, que também são conhecidas como galeria, vegetação ripícola ou vegetação ribeirinha. Trata-se de um tipo de vegetação que acontece nas margens de mananciais e de rios.
A etimologia da palavra mata ciliar, se refere ao fato que este tipo de vegetação pode ser vista como uma espécie de cílio, ou seja, assim como os cílios protegem os olhos, elas protegem os cursos de água do assoreamento.
As matas ciliares estão sujeitas a frequentes inundações. No cerrado do Brasil, esse tipo de vegetação acaba assumindo a forma de mata de galeria, o que significa dizer que ela acompanha os córregos dos planaltos do país e ainda os rios de porte pequeno, formando então corredores fechados.
Durante todo o ano, as florestas também se mantém verde, ou seja, durante a época de seca, ela não perde as folhas.
Essas formações chamadas de arbóreas se divergem de acordo com a região onde ela é encontrada e também de acordo com o tipo de vegetação predominante no local. Em sua maioria, elas são encontradas na região sul brasileira, apresentando grande biodiversidade.
Por muitos pesquisadores e estudiosos, as matas ciliares são considerados verdadeiros mosaicos, já que podem acontecer de uma maneira ou de outra em todas as regiões brasileiras, com as características da bacia hidrográfica, do solo e de outros elementos que se apresentam ao longo da extensão dos cursos de águas.
As matas ciliares são encontradas em várias regiões brasileiras, no entanto, são mais comuns em áreas de cerrado e de caatinga, por causa da umidade que o solo perto das margens de rios, lagos e córregos se encontra.
Essas áreas com matas ciliares, são atualmente no Brasil, consideradas áreas de preservação permanente, sendo portanto protegidas através do código florestal brasileiro e pelas legislações estaduais. Por isso, quem desmata as matas ciliares está cometendo um crime ambiental.
Funções e importância das matas ciliares para o meio ambiente
As matas ciliares são de extrema importância para que não haja uma erosão nas margens de córregos, lagos e rios. Sem esse tipo de vegetação, esse tipo de paisagem pode acabar sofrendo com os processos de assoreamento.
Além disso, as matas ciliares são importantes para evitar o desmoronamento, já que elas ajudam a não deixar os barrancos e brejos ressecados. Outra importante função das matas ciliares, é que elas fornecem nutrientes e energia para o ecossistema aquático e servem de espaços temporários para a transição de espécies de aves que fazem migração, ou seja, que vão de um bioma para outro.
As matas ciliares também desempenham um papel importante na melhoria da qualidade da água, já que elas atuam na proteção de modo físico das margens de córregos, rios e de lagos.
Servem também de habitat para muitas espécies de animais, principalmente mamíferos, pássaros e répteis. Além disso, na mata ciliar há uma alta concentração de espécies nativas de vegetais.
Ameaças e conservação
No território brasileiro atual, esse tipo de vegetação está sendo brutalmente ameaçada, em função dos desmatamentos por causa da prática da pecuária e da agricultura.
Podemos dizer que é muito importante a preservação das matas ciliares para o meio ambiente. Mas isso só é possível quando há uma fiscalização intensa dos órgãos federais e estaduais que tem como função a proteção desse meio. Muitas vezes, se faz necessário a aplicação de multas.
Todas as áreas que já foram desmatadas, só vão se recuperar se houver um processo de reflorestamento e uma consciência da população em relação às nossas ações que podem causar danos ao meio ambiente.
O crescimento ilegal, desenfreado e desordenado do meio urbano, também ameaça as matas ciliares do Brasil. Isso porque, diversas construções habitacionais estão localizadas em margens de lagos e de rios, que por consequência provocam a poluição do meio e o desmatamento.
Nas regiões que possuem problemas por causa do desequilíbrio ecológico, vale ressaltar que as matas ciliares não conseguem impedir que as margens sofram com o processo de erosão. Os rios, que estão em processos de assoreamento, tendem a sair com maior facilidade de seu leito, durante a época de chuvas, o que acaba provocando solapamento das margens e inundações. A maioria das árvores então presentes, acabam não resistindo as agressões constantes que sofrem e terminam sendo levadas pela força das águas por causa da inexistência de uma superfície que as sustentem.
Com o objetivo de facilitarem a entrada e chegada de comitivas até as beiras de lagos ou de rios, muitos fazendeiros retiram totalmente a vegetação, que além de deixar o solo de proteção, o pisoteamento do gado acaba facilitando a entrada de sedimentos nas águas e o processo de erosão.
Alguns produtores também acabam desmatando essas áreas para que os igarapés aumentem a produção de água no período de seca. Isso acontece porque as árvores deixam de bombear a água que é utilizada na transpiração das plantas.