Confucionismo
O Confucionismo, também chamado de Confucianismo, é uma ideologia religiosa e política chinesa criada pelo filósofo Kung Fu Tzu, ou Confúcio, em latim. A ideologia é conhecida como os “ensinamentos dos sábios” por trazer preceitos filosóficos, éticos, sociais, literários e políticos de como ter um modo de vida equilibrado, em que é possível aliar as vontades do céu e os prazeres terrestres (bens materiais, emoções e desejos). A busca por esse equilíbrio, ou “caminho superior”, é chamada de Tao.
Na China, estima-se que 25% da população seja adepta do Confucionismo, mas a doutrina já foi a principal do país. Sua influência também é vista em outros países do Oriente como Cingapura, Coreia do Sul e Japão. No mundo inteiro, estima-se que 6,5 milhões sigam os preceitos da doutrina.
Confúcio
Nascido em meados do século VI (27 de agosto de 551 a.C. – 479 a.C.), na pequena cidade de Tsou, Confúcio baseava seu pensamento nas relações sociais, através de uma moralidade pessoal e governamental, como um resgate de valores antigos perdidos pelos homens.
Esses preceitos favoreciam as relações familiares, o respeito aos ancestrais e aos idosos, o cuidado às crianças, dentre outros. É atribuída ao filósofo a frase “não faça aos outros o que não quer que façam a você mesmo”. Morreu aos 72 anos em sua terra natal. Após a sua morte, foi considerado um sábio supremo e um grande realizador, honraria que se encontra registrada em sua lápide.
Confúcio não acreditava na definição de um papel social, e sim que cada pessoa deveria cumprir seus deveres de forma correta, sob qualquer circunstância. Esses pensamentos posicionaram os pensamentos do filósofo em um patamar extremamente humanista, mas também realista.
Sua principal característica era o caráter irrefutável e um comportamento exemplar, valorizando sua doutrina através dos seus atos. As pessoas viam no filósofo um modelo de homem, alguém que poderiam se inspirar e obter respostas para os seus anseios.
Essas ideias nasceram de suas diversas viagens por reinos chineses, em que pôde ter contato direto com diferentes povos e observar as necessidades sociais e mazelas a que eram submetidos pelos governos.
Além do Confucionismo, inspirou outras religiões e doutrinas como o Taoismo, cultos sincréticos com deuses e imortais. Também motivou o trabalho de seguidores como Mêncio Meng-tseu (371-289 a.C) e Hsun-tzu (315-236 a.C.).
Mêncio utilizou os conceitos do Confucionismo, como a benevolência, para criar uma teoria de que o homem tem uma doutrina inata, que precisa ser aprimorada através da meditação. Já Hsun-tzu, ao contrário, defende a teoria da maldade inata ao ser humano. Segundo ele, o homem é mau por natureza e somente as leis podem moldá-lo a viver em sociedade.
A doutrina e ideias de Confúcio estão compiladas em cinco livros chamados de Shu Ching, Shih Ching, Li Ching, Chun-Chiu e o I Ching. As obras pregam a reverência aos antepassados e as oferendas aos mortos, além do casamento como uma forma de continuação da tradição familiar.
Preceitos do Confucionismo
Os preceitos pregados pelo Confucionismo se destacam pela diferença de outras religiões ancestrais e tradicionais do mundo ocidental, em que há uma única unidade criadora, um Deus.
A doutrina é baseada essencialmente na busca do Tao, o equilíbrio entre a vida e os preceitos celestes. Para atingir o “caminho superior”, os seres humanos precisam conviver em harmonia, não apenas no lar, mas com governantes, seu povo, idosos e crianças. Os valores mais importantes dessa relação são os morais, além da disciplina, consciência política e trabalho.
Para o seu criador, Confúcio, os seres humanos são formados por quatro elementos básicos:
– O céu
-A natureza
-A comunidade
-O eu
Eles também precisam buscar e seguir cinco virtudes essenciais:
-O amor ao próximo
-A justiça
-Um comportamento adequado aos valores morais
-O cultivo à sabedoria
-Consciência adequada das vontades dos céus
A doutrina do Confucionismo foi sintetizada em seis princípios que, para Confúcio, estavam em falta na sociedade:
-Ren, ou o altruísmo
-Li, ou cortesia ritual
-Yi, também chamado de justiça, retidão e honraria
-Zhing, ou fidelidade
-Xin, ou integridade
-Zhi, ou conhecimento e sabedoria moral
Dentre as crenças e práticas confucionistas estão:
-Adoração aos ancestrais: os antepassados devem ser adorados tanto pelas famílias reais como pela plebe. Para isso, foram construídos templos para os mortos e eram ofertados alimentos, armas e utensílios úteis, para que eles tivessem conforto e estrutura parecida de como eram vivos. Esses rituais aconteciam, pois havia uma crença de que os mortos poderiam influenciar no êxito dos negócios, família e personalidade.
-Geomancia: prática de observação de tudo que se referia aos céus, como pássaros, relâmpagos, trovões, dentre outros.
-Deus: acreditava que existia uma força divina no mundo, apesar de se basear apenas na busca pelo Tao.
-Piedade: prática de lealdade e devoção dos membros mais novos de uma família aos membros mais velhos. Todo filho deve ser leal e piedoso, e cuidar do reverenciamento na vida e após a sua morte.