Descobrimentos Portugueses: Primeiros descobrimentos
As navegações empreendidas pelo Império português a partir do século XV foram decisivas para a configuração geopolítica do mundo naquele período. Sua herança é percebida nos dias atuais, pois muitos países e relações comerciais foram iniciados com estas navegações.
Motivações para as navegações portuguesas.
Havia vários motivos para que o Império Português financiasse as navegações. Dentre estes, podemos destacar a necessidade de incrementar o poder econômico de Portugal, com a descoberta de novas terras e novos fornecedores de produtos.
Naquele momento, Portugal passava pela escassez de alguns alimentos, como cereais, além de interesse por procurar riquezas como ouro e pedras preciosas. O poder político também era uma dos motivos, visto que a conquista de novas terras ampliaria o império português.
Além disto, a curiosidade científica e a expansão da fé cristã também eram pretextos para os investimentos nas navegações.
Primeiros descobrimentos portugueses:
A expansão portuguesa teve início com a conquista de Ceuta, importante entreposto comercial e de importância estratégica. Esta operação obteve sucesso sob alguns pontos de vista, pois os portugueses passaram a dominar o estreito de Gibraltar, o mar Mediterrâneo e o Atlântico. Por outro lado, Ceuta empobreceu, visto que os árabes desviaram as rotas comerciais para a Itália.
A conquista de Ceuta dividiu a sociedade portuguesa entre aqueles que eram partidários da conquista territorial com intervenção militar e outros que eram a favor apenas da conquista comercial, com o domínio das rotas de comércio.
Porém, as navegações portuguesas eram fortemente apoiadas por D. Henrique, um entusiasta das técnicas de navegação marítima. Em seu reinado, foi criada a escola de Sagres, uma instituição que promovia o estudo das rotas marítimas.
Entre os anos 1417 e 1427 os portugueses encontraram as ilhas da Madeira e Açores, através das expedições lideradas por João Gonçalves, Tristão Vaz e Diogo de Silves. Em 1425 iniciou-se o processo de colonização. Estas ilhas passaram a fornecer frutas, trigo e vinho.
A exploração da costa africana e da Ásia
Em 1445, foi descoberto o arquipélago de Cabo Verde, na costa africana, em expedição comandada por Gil Eanes.
Com a morte de D.Henrique em 1460, as navegações portuguesas foram suspensas. Apenas em 1493, em uma expedição liderada por Bartolomeu Dias, foi descoberta a região onde hoje se encontra a Cidade do Cabo, na África do Sul.
Neste período, o navegador Vasco da Gama saiu em expedição com 170 homens, para explorar a costa africana e o oceano Índico. Retornou em 1499, com apenas 55 homens, porém com um grande número de acordos realizados em rotas comerciais.
Os principais objetivos da exploração da costa africana eram a exploração comercial das rotas, estabelecendo feitorias portuguesas em vários pontos comerciais, e a procura por ouro.
Da mesma maneira, a exploração das regiões da Ásia também tinha objetivos comerciais, além da expansão da religião cristã. Um exemplo é a cidade de Macau, que foi colônia portuguesa até o ano de 1999.
Pedro Álvares Cabral e o descobrimento do Brasil.
Após o retorno de Vasco da Gama, o Império Português designa o comandante Pedro Álvares Cabral para liderar uma expedição às Índias, a fim de firmar acordos comerciais.
Não se sabe com exatidão se Pedro Álvares Cabral se perdeu ou se desviou da rota intencionalmente, com fins de chegar às terras em que hoje é o Brasil.
A partir desta expedição, o reino português passou a estabelecer novas áreas de domínio nas rotas marítimas e também de terras para a exploração.
Os avanços e os prejuízos dos descobrimentos.
Os descobrimentos portugueses só foram possíveis devido ao fim das guerras com Castela, a posição geográfica privilegiada de Portugal, com amplo acesso ao mar e, ao mesmo tempo, protegida de invasores. A escola de Sagres proporcionou o avanço científico e tecnológico necessário para o desenvolvimento de embarcações capazes de suportar grandes viagens e instrumentos de navegação cada vez mais precisos.
Como resultado deste período, o reino de Portugal obteve grande poderio econômico e político, ao dominar rotas comerciais e expandir o território do reino português para terras desconhecidas.
Por outro lado, o processo de navegações e descobertas colaborou para o fim do reino português, uma vez que a prosperidade obtida era focada principalmente no mercado externo. Além disto, as novas terras acabaram por tornarem-se monopólios burocráticos e não centros de produção de riquezas. A não modernização do país constituiu um grande problema em longo prazo, visto que outros países começaram a utilizar-se das técnicas de navegação para expandir seu poder. Um exemplo disto foi a Holanda, que ocupou terras no nordeste brasileiro.
A expansão da língua e da cultura portuguesa em diversos continentes é uma conseqüência direta deste período. Além disto, a configuração de países como conhecemos hoje e os mapas de navegação têm, em grande parte, a colaboração do período das grandes navegações e descobertas portuguesas.