Os romanos: O cristianismo
A relação entre os romanos e a religião cristã pode não ser a mais simples de compreensão para muitos de nós. Isso porque, no início da civilização romana, o cristianismo era totalmente abolido. Confira neste artigo como foi que a religião, inicialmente perseguida, se tornou a oficial do Império Romano.
Com base nos próprios relatos bíblicos, o messias Jesus Cristo nasceu na região da Palestina, no ano que, a partir daquele momento, se estabeleceu como ‘ano 1’ da Era que se iniciava: a Era Cristã.
Tais fatores se sucederam durante o reinado do primeiro imperador de Roma, Otávio Augusto. Os principais materiais históricos voltados para a época relatam que sua morte foi 33 anos depois da morte de Jesus, especificadamente, em 33 d.C. (depois de Cristo), já após deixar o seu reinado nas mãos do segundo imperador, Tibério.
Nos próximos três séculos depois de tais fatores, a religião cristã sofreu forte perseguição em toda a extensão do território romano, até que ele foi finalmente legalizado, no ano de 313, no reinado do imperador Constantino. Mesmo assim, a prática religiosa só foi verdadeiramente oficializada como tal quase 80 anos depois, em 390 d.C. durante o império de Teodósio.
Como tudo começou
Os primeiros romanos com crença cristã foram Pedro e Paulo, que se consideravam seguidores (ou discípulos) do que foi pregado pelo messias. A partir da década de 50 d.C., os dois se responsabilizaram pela decisão de tornar as histórias vivenciadas por Jesus, além de seus conhecimentos e ensinamentos públicos por toda a Europa, o que não tardou para chegar à Roma.
Pedro e Paulo escreveram até mesmo textos que caracterizassem a nova religião o que, posteriormente, integraria o Novo Testamento do cristianismo, conhecido como uma versão mais moderna e recente da Bíblia. Atualmente, o Novo Testamento é a parte da Bíblia seguida nos principais centros cristãos do Brasil e do mundo.
Os dois começaram a ser reconhecidos como ‘patriarcas’ por conta da ação de espalharem os ideais do cristianismo pela Europa. Ambos constituíram comunidades de apóstolos que também concordavam com a religião e, dessa forma, mesmo depois de suas mortes, o cristianismo continuou sendo perpetuado. Tal fator levou a criação da primeira igreja cristã na Europa.
E é neste momento que a perseguição aos cristãos se inicia, uma vez que os romanos não aceitavam o que, durante o período, denominavam uma “traição” – uma vez que Jesus nasceu na Palestina, local que manteve inúmeras disputas de terra com os romanos.
E entre as repressões sofridas pelos cristãos durante a época podemos destacar:
• Torturas;
• Queima de cristãos vivos;
• Organização de ‘espetáculos’ em que os cristãos eram devorados, ainda com vida, por feras (como leões, por exemplo). Tal atração era realizada em cinco diferentes arenas de circos de Roma.
De uma forma geral, a intenção do Império Romano era cortar as raízes do cristianismo, para que as pessoas se assustassem e, dessa forma, não aderissem à religião.
Quando questionados pelos próprios cristãos sobre os motivos pelos quais seus ideais não eram aceitos, os romanos afirmavam que não concordavam com dois fatores primordiais:
1. Jesus Cristo, no Velho e Novo Testamento, pregava a igualdade entre todos os homens o que definitivamente não era pregado entre os romanos neste período;
2. Outro motivo era a própria adoração, uma vez que os romanos acreditavam que ela deveria se estender unicamente aos imperadores, que eram deuses verdadeiramente vivos (ao contrário de Jesus Cristo, já morto e, no caso, ‘sem poder’).
Sendo assim, o principal problema estava no fato de que os seguidores do cristianismo, ao invés de adorarem ao imperador, escolheram outro ‘Deus’ para tal: Jesus. O ‘ato subversivo’, como era considerado pelo Império, foi o que fez com que as perseguições se espalhassem por tanto tempo.
Quando o Cristianismo ganhou força?
De uma forma geral, o motivo é simples: as perseguições não foram maiores do que a fé cristã dos romanos. Elas não foram ‘suficientes’ para que um número cada vez maior de indivíduos começasse a seguir o que era pregado pelo cristianismo, que não tardou a se tornar a mais popular crença presente no Império. Dessa forma, aos poucos os romanos foram se rendendo à prática religiosa, ao notarem que seria mais vantajoso se aproximar dela do que dar continuidade às perseguições.
E foi com base no lema “um Deus no Céu, um Imperador na Terra”, que o imperador Constantino I, em 313, proclamou a lei que dava aos romanos a liberdade para adorar qualquer Deus.
Em 390, a crença tornou-se não só a religião oficial da cidade, como também tão adorada a ponto de impulsionar outro processo de perseguição: dessa vez, às outras religiões pagãs que começaram a surgir no território romano.
E é assim que a Igreja Cristã conquista seu espaço em Roma, o que mais tarde a tornaria a mais poderosa instituição do território.